Claudia Alaminos | Educação Parental

TEXTOS SOBRE ADOLESCÊNCIA

Por que os adolescentes só querem conversar

na hora de dormir

Vários pais e mães comentam comigo que é à noite que os adolescentes resolvem falar com eles. Que eles já estão indo para a cama, morrendo de sono e os filhos começam a falar, às vezes eles vêm e se aninham na cama dos pais, outras vezes pedem para o adulto deitar na cama deles e bater um papo. Mas por que nesse momento? Não dava para ter sido antes?

 

E o que eu posso dizer para esses pais? O importante é que esse momento existe e, é por isso que, não importa o horário, quando seu filho se abre para a conversa, aproveite a oportunidade.

 

É porque nestes momentos a conversa ocorre nos termos do seu filho, não nos seus. Porque ele quer ficar com você. E, porque são momentos especiais que tenho certeza de que você não quer perder.

 

Por mais bobo que pareça, o interesse do jovem em ter uma conversa desinteressada com a mãe ou o pai, é uma validação. É um lembrete que o adolescente gosta e confia em você. Talvez ele esteja começando a perceber que os pais têm as melhores intenções, apesar de tomarem tantas decisões impopulares que eles detestam. Talvez ele tenha descoberto que você é pelo menos um pouco “legal”. Ou talvez ele tenha a certeza de que você o ama e que quer passar tempo com ele não importa a hora.

Algumas vezes o convite nem é para uma conversa. Apenas nos aconchegamos lado a lado e assistimos vídeos bobos do TikTok ou no Youtube e rimos como duas crianças. Sinceramente, não importa o que seu filho queira fazer. Mesmo que seja algo que para você seja bobo, insignificante ou até mesmo algo que você não goste, tenha em mente que é importante para ele. Abra-se para escutar, participar, para se interessar pelo que ele se interessa. Essa escuta dá ao jovem a certeza de que ele pode procurar os pais e que sempre será recebido de braços abertos.

 

Quer um conselho de amiga? Resista ao sono, porque essas conversas com seu adolescente bem na hora de dormir são sempre muito importantes.

 

Abraços maternos.

Claudia Alaminos.